Diagnóstico Rural Participativo (DRP) e
Diagnóstico Rápido Urbano Participativo (DRUP).
Diagnóstico Rápido Urbano Participativo (DRUP).
Nos anos 60 e 70, surgem enfoques de desenvolvimento rural baseados na transferência de tecnologias (Top-Down), mas que desprezavam a participação das/os supostas/os beneficiárias/os, tanto na fase da elaboração como na da execução dos projetos. Por causa do distanciamento dessa Tecnologia Social (TS) com as aspirações e saberes dos locais, essa TS de transferência foi "gradativamente" substituída pela "estratégia" da valorização - muitas vezes fake - dessas aspirações. Com isso, surgiu na década de 80 o "Diagnóstico Rural Rápido (DRR)", que nada mais era que um Diagnóstico Participativo Comunitário, que depois progrediu para o Diagnóstico Rural Participativo (DRP), tributário da "educação popular”, que por sua vez, era inspirada no livro: "A pedagogia do oprimido" de Paulo Freire.
Logo, a TS do DRP conceitua-se como sendo um conjunto de técnicas e ferramentas complementares a outras metodologias de pesquisa, como: investigações estatísticas; estudos antropológicos de longo alcance; e etc; que permite que as comunidades rurais façam o seu próprio diagnóstico e a partir da constituição de uma agenda comecem a auto-gerenciar o seu próprio planejamento e desenvolvimento. Desta maneira, os vários participantes poderão compartilhar experiências e analisar os seus conhecimentos, com o objetivo de melhorar as suas habilidades de planejamento e ação.
Atividade de Extensão Técnica em "Organização e Associativismo Comunitário no Assentamento vicinal de Cruzeirinho/Acará". Apoio: Programa Pobreza e Meio Ambiente
da Amazônia (POEMA/NUMA/UFPA); Bolsa Amazônia/SEBRAE; e PMA, em 2007.
Desta forma, o objetivo principal dessa metodologia multidisciplinar é estimular democraticamente a participação da comunidade e apoiar sua autodeterminação, para assim, fomentar o surgimento de Projetos de Desenvolvimento Local (PDL). Muito embora a metologia dessa TS tenha sido originariamente concebida para zonas rurais, pela eficácia de suas ferramentas: (Observação direta; Entrevistas semi-estruturadas; Discussões em grupo; Diagramação; Mapeamento participativo; Perfis Transversais (caminhadas); Mapas comportamentais; Calendários sazonais e rotinas diárias; Ordenamento, e etc), estas passaram a ser utilizadas por IES, intervenções públicas dos mais variados níveis e a iniciativa privada e, adaptadas para fomentar o desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (APL), a geração de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES), Economia Criativa (EC) entre outros, em comunidades periféricas de áreas urbanas. Hoje essa metodologia quando aplicada em áreas urbanas recebe o nome de Diagnóstico Rápido Urbano Participativo (DRUP), ou simplesmente de Diagnóstico "Rápido" Participativo (DRP).
As vantagens dessa TS, são:
üEstabelecer contato direto entre as partes: Expansionistas; pesquisadores acadêmicos ou não; membros de instituições públicas de fomento e principalmente os comunitários;
üFacilita o intercâmbio de informação e a verificação in locus desta por todos os grupos da comunidade.
üÈ uma metodologia multidisciplinar;
üAs ferramentas (mapas e tabelas) do diagnóstico facilitam a participação tanto de homens como de mulheres e dos diferentes grupos da comunidade.
Mas, quem disse que a vida é fácil?!!! Essa TS apresenta algumas desvantagens:
üAs técnicas dessa metodologia podem ser rápidas, mas o processo de desenvolvimento não é.
üA natureza rápida desse enfoque requer planejamento e negociação prévia com a comunidade
para precisão dos dados coletados;
üAssuntos sensíveis ou complexos podem ser perdidos ou mal interpretados. Tal é o
caso de conflitos sociais que são difíceis de detectar;
üPesquisa de enfoque participativo pode provocar expectativas locais. É necessário dar
sequência ao que foi discutido em comum;
üAs técnicas dessa metodologia podem não ser facilmente transferíveis de uma cultura para a
outra, pois necessitam de ser adaptadas às condições locais;
üO uso apropriado de suas técnicas exige longo tempo de preparação e de
formação de orientadores e participantes;
üA informação obtida poderá estar distorcida. Os informantes poderão estar a dar informações que privilegie um determinado grupo social;
üO DRP/DRUP elabora questões, hipóteses ou “boas apostas” para o desenvolvimento.
Estes não representam respostas, mas são uma ajuda para orientar o trabalho futuro.
(Trabalhar com comunidades é uma arte.)
Abaixo seguem algumas ferramentas úteis que são empregadas por universidades, empresas do governo e privadas, no levantamento de diagnósticos comunitários urbanos, rurais, organizacionais intra empresas e afins:
Seguido de Assistência Técnica.
Agora, se depois de todo esforço empreendido, de recursos gastos, de expectativas geradas, ocorrer do Plano de Ação Comunitário (PAC) não dar certo total ou parcialmente, não se admire, espante ou desestimule, por que as elites locais com sua decana gramática política sempre irão dificultar toda e qualquer tentativa de melhoraria da qualidade de vida "de suas comunidades" ou currais eleitorais. Pois, a miséria social sempre foi, é, e continuará sendo um excelente mecanismo de barganha eleitoral. Por isso prime a elaboração do diagnóstico com o máximo de realismo possível, crie um projeto que se retroalimente em cada fase e, sem exageros, crie um plano b, ou c para cada etapa e, conforme as alternativas apresentadas pela comunidade, para o projeto como um todo.